17 de junho de 2025

Carta 8 – Nada nos pertence daquilo que o acaso nos traz

Uma objeção tua: “Então tu mandas-me evitar a multidão, conservar-me retirado, contentar-me com a minha consciência? Que é feito daquelas vossas máximas que nos obrigam a morrer em plena ação?” Bom, ao que parece eu estou-te aconselhando a inércia? Se eu me recolhi em casa e fechei as portas foi para poder ser útil a um maior número. Nem um único dia me chega ao fim na ociosidade; […]

16 de junho de 2025

Carta 7 – Refugia-te em ti próprio quanto puderes

Queres saber qual é a coisa que com maior empenho deves evitar? A multidão! Ainda não estás em estado de frequentá-la em segurança. Eu confesso-te sem rodeios a minha própria fraqueza: nunca regresso com o mesmo caráter com que saí de casa; algo do que já pusera em ordem é alterado, algo do que já conseguira eliminar, regressa! O mesmo que sucede aos doentes que uma longa debilidade […]

15 de junho de 2025

Carta 6 – Começei a ser amigo de mim mesmo!

Verifico, Lucílio, que não apenas me estou corrigindo, antes me estou transfigurando. Não garanto, nem sequer espero, que nada já reste em mim sem necessitar de mudança! Como não hei-de eu ter ainda muito que deva ser refreado, ou diminuído, ou elevado? Mas já é uma prova de que o espírito alcançou um degrau superior o fato de reconhecer os defeitos que até então permaneciam […]

14 de junho de 2025

Carta 5 – Apenas com o presente ninguém pode ser infeliz!

Estudas perseverantemente e deixando tudo o mais apenas te aplicas ao teu quotidiano aperfeiçoamento: aprovo-te com satisfação, e não só te aconselho, como te peço que continues assim. E mais te aconselho a que não procedas como aqueles que mais pretendem dar nas vistas do que aperfeiçoar-se: evita tudo quanto se torna notado quer na tua pessoa, quer no teu estilo de vida. O aspecto descuidado, […]

13 de junho de 2025

Carta 4 – Nenhum mal é verdadeiramente grande quando é o último

Prossegue a vida que encetaste, apressa-te quanto puderes, para mais tempo te ser dado usufruir de um espírito correto e equilibrado. Mesmo enquanto o corriges e equilibras podes ir usufruindo dele; a contemplação de uma alma livre de toda a mácula e resplandecente, todavia, é um prazer de natureza bem superior! Ainda te lembras, certamente, da alegria que sentiste quando, despindo a toga pretexta, vestiste a toga viril […]

12 de junho de 2025

Carta 3 – Confiar em todos ou não confiar em ninguém é um erro

Dizes-me que entregaste a carta a um amigo teu, para me trazer, mas em seguida aconselhas-me a não trocar impressões com ele sobre quanto te diz respeito, pois nem tu próprio o costumas fazer. Quer dizer, na mesma carta deste-lhe e recusaste-lhe o título de “amigo”. Ora bem: se tu usaste esta palavra não no seu verdadeiro sentido mas antes em sentido genérico, e lhe chamaste […]

11 de junho de 2025

Carta 2 – Estar em todo o lado é o mesmo que não estar em parte alguma!

Tanto aquilo que me escreves como o que ouço dizer de ti fazem-me ter boas esperanças a teu respeito: não viajas continuamente nem te deixas agitar por constantes deslocações. Um semelhante deambular é indício duma alma doente: eu, de fato, entendo que o primeiro sinal de um espírito bem formado consiste em ser capaz de parar e de cohabitar consigo mesmo. Toma, porém, atenção, não vá essa […]

10 de junho de 2025

Carta 1 – Só o tempo é mesmo nosso.

Procede deste modo, caro Lucílio: reclama o direito de dispores de ti, concentra e aproveita todo o tempo que até agora te era roubado, te era subtraído, que te fugia das mãos. Convence-te de que as coisas são tal como as descrevo : uma parte do tempo é-nos tomada, outra parte vai-se sem darmos por isso, outra deixamo-la escapar. Mas o pior de tudo é o […]

30 de maio de 2025

Bom dia mundo

Mais um dia que eu registrei um domínio. Porque a vida sem um domínio novo não faz o mínimo sentido. E a vida é o que acontece entre um regristro de domínio e o próximo.